domingo, 1 de janeiro de 2017

Notas de um novo ano sem título

A luz invocando memórias

Hoje cedo, pela janela da cozinha, a luz me trouxe a lembrança do mar de uma infância longuínqua, os cheiros do sal e do ozônio, a lembrança do baldinho, da pá e do toque da areia. O maiôzinho vermelho dos meus cinco anos.
E pela primeira vez me dei conta de como somente a luz (além dos cheiros e dos sons, além dos perfumes e sabores) era capaz de invocar com força lembranças tão vívidas.
Surpresa e maravilhada, foi um momento suspenso no tempo.


O desejo de viajar.

Fiquei pensando no que mais me encanta no fato de viajar. Pensei que talvez fosse a novidade, a estranheza, o estímulo de sair do habitual e se lançar na busca do desconhecido. Mas na verdade, os novos horizontes, novos sabores, novos comportamentos acabam mostrando que a realidade é bem outra.
Quando viajo me aproximo do estranho, me abro e ao mesmo tempo, me aproximo de mim mesma. Reconheço melhor minha imagem, meu eu, minhas raízes enquanto me aproprio deste novo espaço, destes estranhos e seus costumes.
É isto que me fascina. O completamente novo que reconheço em mim como meu, parte da minha identidade. Apesar de nossas aparentes diferenças somos humanos.
É que as pessoas são mais símiles de quanto a maioria supõe. Mesmos desejos, mesmas necessidades, mesmos sentimentos. Soment e expressos em sutís padrões mais ou menos diversos.
É assim que aprendemos que somos iguais em nossas diferenças.
Viajar, traz a percepção da dimensão humana no outro.

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