Há muito, muito tempo, na cidade de Pedro, o lugar onde eu deveria ir ficava na Estrada da Saudade, uma localidade denominada Cascatinha.
Ali deveria estar o meu futuro, minha carreira, minhas expectativas todas.
Peguei o carro e enveredei-me pela Estrada a fora, como Chapeuzinho, andando, andando, até chegar a uma bifurcação.
Era um muro branco de um lado e um morro do outro. Havia uma senhora num fictício ponto de ônibus esperando a sorte. Parei e perguntei:-“Por favor, onde fica a Faculdade de Medicina?”. Ela me olhou com um certo desdém, talvez pela minha origem não nobre o bastante, talvez só mesmo pelo “r” caipira, e com o polegar, como se pedisse carona, indicou o muro branco.
De fato, havia uma placa minúscula, verde bronze escrita: “Faculdade de Medicina de Petrópolis”, um portão e mais nada.
Choque! Eu vinha da grande PUCCAMP, onde haviam três campi, um só dedicado à Saúde. E me deparei com uma escadaria e um prédio relativamente simples. Fato está, que ali, entre aquelas paredes simples, encontrei grandes professores.Bem disse Hipócrates de Cós no seu famoso juramento: “Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte”. É justíssimo!
Ali também fiz amigos para a vida. Pessoas que chegaram pouco mais que adolescentes.
Na verdade, nem sei porque estou escrevendo isso. Só que me deu saudades daqueles morros e vales, de gente querida que não vou ver mais, e daqueles que, apesar do tempo são resilientes no meu coração.
ResponderExcluirObs: a FMP cresceu muito e possui campus próprio, agregou outros cursos e não está mais na Estrada da Saudade. Só ficou na minha.