sexta-feira, 20 de agosto de 2021

A Estrada da Saudade.

 Há muito, muito tempo, na cidade de Pedro, o lugar onde eu deveria ir ficava na Estrada da Saudade, uma localidade denominada Cascatinha. 

Ali deveria estar o meu futuro, minha carreira, minhas expectativas todas. 

Peguei o carro e enveredei-me pela Estrada a fora, como Chapeuzinho, andando, andando, até chegar a uma bifurcação. 

Era um muro branco de um lado e um morro do outro. Havia uma senhora num fictício ponto de ônibus esperando a sorte. Parei e perguntei:-“Por favor, onde fica a Faculdade de Medicina?”. Ela me olhou com um certo desdém, talvez pela minha origem não nobre o bastante, talvez só mesmo pelo “r” caipira, e com o polegar, como se pedisse carona, indicou o muro branco. 

De fato, havia uma placa minúscula, verde bronze escrita: “Faculdade de Medicina de Petrópolis”, um portão e mais nada. 

Choque! Eu vinha da grande PUCCAMP, onde haviam três campi, um só dedicado à Saúde. E me deparei com uma escadaria e um prédio relativamente simples. Fato está, que ali, entre aquelas paredes simples, encontrei grandes professores.Bem disse Hipócrates de Cós no seu famoso juramento: “Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte”. É justíssimo! 

Ali também fiz amigos para a vida. Pessoas que chegaram pouco mais que adolescentes. 

Na verdade, nem sei porque estou escrevendo isso. Só que me deu saudades daqueles morros e vales, de gente querida que não vou ver mais, e daqueles que, apesar do tempo são resilientes no meu coração. 

Um comentário:


  1. Obs: a FMP cresceu muito e possui campus próprio, agregou outros cursos e não está mais na Estrada da Saudade. Só ficou na minha.

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