Nem sei porque estou escrevendo isso. Acho que deve ser um modo de lidar com a minha solidão e impotência diante da realidade.
Chorar, às vezes ajuda, mas não tem sido suficiente.
Eu nunca fui uma pessoa de esperas. Sou naturalmente controladora, impaciente, é a minha natureza e você me conhece bem.
Viver este momento está sendo uma tortura. Sei que é assim para você também. Vejo tanto amor nos seus olhos, vejo sua esperança de que haja uma saída. E esse olhar é concreto, quase palpável.
Não há alternativas. Todas implicam em riscos significativos. O futuro é incerto.
As horas escorrem e eu sinto uma ambígua ansiedade. Gostaria que o pesadelo tivesse passado, mas ao mesmo tempo tenho medo de perder você. Sim, eu sinto medo. Muito medo.
Estou na sala de espera da UTI e mandei a Bea ficar com você. Quero que ela tenha esse momento.
Saiba que você foi uma das melhores coisas da minha vida: meu companheiro, meu marido, meu amor. Você é minha família. Aquela coisa que ninguém mais tem.
Por favor, sobreviva por nós. Amamos você.
Espero que você possa ler isso quando tudo acabar.
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