sábado, 17 de agosto de 2024

Agostino

Obrigada por ter me dado os melhores anos da minha vida. Obrigada por ter sido o companheiro de todas as horas, o apoio nas decisões difíceis, o amor que eu não conhecia. Nos encontramos em um agosto (de 97) pela primeira vez, e foi num outro agosto, 27 anos depois que nos despedimos. Agostino, como seu nome. Havíamos jurado envelhecermos juntos, caminharmos velhinhos de mãos dadas. Você se foi, meu amor, e tudo parece estranho sem você. Você era a minha certeza, meu porto seguro, para onde voltar nos meus desvarios ou nos momentos de cansaço. Você era a minha âncora. Me arrependo de não ter ficado mais com você nesses dias de agonia, me perdoe, por favor. Naquele domingo, que você pediu, talvez eu devesse ter ficado lá, mesmo sabendo que seria um problema. Na última visita, quando você fez aquele esforço e ergueu seu braço, quando seu segurei a sua mão, dentro de mim eu sabia que estava te perdendo. Ah, meu amor, a vida perdeu a graça. Eu fiquei aqui, com a Bea e com as lembranças da nossa vida juntos. Nossa vida simples e plena. Eu queria ter você de volta, mas não é possível. Então vou me agarrar às memórias, que foram a sua herança para mim. O vazio que ficou é enorme. Vou amar você para sempre.

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