quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Desalento

Todos os dias eu acordo de manhã e choro. Penso em você, naquela cama da UTI, tão frágil e tão sozinho. Penso se poderia ter feito diferente, se poderia ter feito melhor, no que eu deixei escapar, no que eu não sei. Penso nas culpas pelas pequenas picuínhas, pelos pensamentos e medos, pelos mecanismos de defesa que acionamos. Penso na sua importância na minha vida, na minha história e choro. Esvazio minha alma e visto a couraça para enfrentar a vida. Essa despedida diária, essa incerteza, são uma cruel tortura. Eu queria tanto poder sonhar em tê-lo de volta na nossa vidinha comum, na nossa casa. Eu queria tanto um fio de esperança.

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