
Era um rapaz: magro, comum, estudante.
E o tanque: maciço, poderoso, pesado.
E como Davi, que parou Golias, no meio da praça, o rapaz de braços abertos parou o tanque. E toda a coluna de tanques por alguns minutos.
O rapaz, cujo nome ninguém sabe, mas todo mundo viu, desapareceu. Desintegrou-se como o avião sobre o oceano Atlântico.
Falou demais, apareceu demais, protestou demais.
O Partido não gostou. O governo para o povo eliminou o indesejável elemento de desequilíbrio.
Mao Tsé-tung escreveu: "O poder político vem do cano de uma arma".
E era o dia 4 de junho de 1989, um domingo, em que o Partido Comunista chinês removeu definitivamente os estudantes manifestantes da Praça Tiananmen. Oficialmente atirou contra 319 deles. Outros dizem que foram 3 mil mortos.
Faz vinte anos anos.
Vinte anos da "paz celestial".
Ilustração: baseada na foto pluripremiada de Jeff Widener: "The Unknown Rebel of Tiananmen". A foto possui direitos autorias enão pode ser publicada em sites que não sejam de lingua inglesa o que nos impede de divulgá-la aqui, infelizmente.
Tiananmen é uma praça de Pequim (Beijin) na China.
Nenhum comentário:
Postar um comentário