segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Madre Candida de Jesus, Marta e Kontxu

Eu estudei em uma escola de freiras em Campinas cuja congregação foi fundada no sèculo XIX por uma jovem espanhola chamada Joanita, cuja grande vontade era ensinar. Após sua entrada para a vida religiosa adotou o nome de Candida de Jesus. Havia uma imensa fotografia dela no corredor. Minha infância foi permeada pela imagem daquelas senhoras, vestidas em branco e preto, com suas saias e véus, seus olhos generosos e sua disciplina férrea, como aquela da foto.
No dia de ontem, 17 de outubro, Madre Candida foi declarada santa.
Ainda me lembro quando me contaram que ainda menina, como eu era então, ela dividiu sua fritada de ovos, cebolas e batatas com os carentes. E mesmo com o pouco que tinha, não exitou em condividir seu alimento.
Em tempos onde tantos falam de políticas fasulas, de bolsas e cotas, talvez fosse útil o exemplo da santa espanhola. A moça que acreditava que o verdadeiro resgate estava na educação e na capacidade crítica diante da vida, na esperança de sermos capazes por nós mesmos de construirmos nossos destinos.
Os anos se passaram e muito depois fui conhecer duas moças espanholas, Consuelo, dita Kontxu e Marta, que numa daquelas noites frias do outono florentino, dividiram comigo o mesmo prato. Éramos estudantes de restauração de pinturas, no estúdio do Prof. Leonardo, na época.
Não sei mais por onde andam as duas. Marta era de Madrid e Kontxu de San Sebastian.
Mas hoje, lembrando da santinha, me vieram em mente estas amigas de um tempo que já foi.
Tomara que estejam bem.



PS: Exerto do Correio Brasiliense de 16de Outubro de 2010
"A espanhola Juana Josefa Cipitria y Barriola, por exemplo, decidiu ainda jovem dedicar sua vida a Deus. Nascida em 31 de maio de 1845, em Andoain, ficou conhecida mais tarde por Madre Cândida.
Aos 26 anos, com outras cinco mulheres, a nova santa espanhola, que trabalhou como empregada doméstica e não sabia ler ou escrever, segundo a biografia oficial divulgada pelo Vaticano, fundou, em Salamanca, a Congregação das Filhas de Jesus. A religiosa morreu em 1912, com 67 anos, deixando um enorme legado. Hoje, a congregação, dedicada principalmente à educação de mulheres, atua em 17 países de quatro continentes, reunindo 1.025 religiosas."

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