De ir-me embora para Pasárgada.
Lá sou amiga do rei,
Lá é outra civilização,
Lá não tem charlatão,
Respeitam o que estudei.
Talvez vá embora para Pasárgada
Quando abrirem as fronteiras
Cansei de ouvir besteiras
Se passando por verdades.
Já tenho uma certa idade
E tem horas que eu sinto
Que aqui não há mais nada.
Vou-me embora para Pasárgada,
Onde estão os poetas,
Onde estão os estetas
E a gramática perdida.
Vou atrás do trem da história.
Levarei as minhas cores,
E as telas começadas,
Os livros e as memórias.
Os remédios, as dores...
Ah, Manoel, me aguarde
Na estação de Pasárgada,
Você é amigo do rei.
(S.Goraieb, 2020)
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