terça-feira, 3 de novembro de 2020

Ventania

 Eu gosto do vento. 

O vento frio, aquele que soprava na minha infância e que soprou nos últimos dias. 

Parece que torna o ar perceptível quando respiramos. 

Eu gosto do farfalhar das folhas nas árvores, da dança frenética daquelas secas no chão. É como se voltassem à vida. Uma segunda chance. 

O vento infla minhas velas interiores, me carrega. 

É uma promessa. 

É uma lembrança nas minhas asas de um vôo ancestral. 

É o vento que sustenta e impulsiona. 

Acaricia, castiga, flagela. 

Eu gosto do vento e de suas possibilidades. 

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