sábado, 24 de julho de 2021

Paciência

 É bem verdade que estou envelhecendo e suporto menos certos comportamentos. 

Aliás, suporto cada vez menos o orgulho dos imbecis, a falsa premissa de uma suposta tolerância a tudo e a todos, a beleza inexistente num mundo embrutecido e rústico. 

Não tenho mais paciência para dourar pílulas, gastar o verbo com interlocutores de espessor intelectivo inexistente. 

Ando cansada da violência, da feiúra, do erro, do bruto, festejados como liberdade ideológica. 

Estou cansada da superficialidade de tudo, do desinteresse em sedimentar aprendizados, porque tudo está à portada de um “click” e nunca foi tão fácil aprender. 

Assisto perplexa ao retrocesso evolutivo do pensamento, uma evidente perda civilizatória,  pois quando deveríamos nos livrar de tabús, criamos novas censuras e zonas proibidas, repetindo ostracismos e bloqueios, cerceando discursos que abririam horizontes e possibilidades. 

O mundo está pior, cheio de mediocridades e diversivos. Pulverizada e polarizada, as gentes criam minorias sem perceber que se tornam fáceis presas para a manipulação. Deveríamos criar igualdades e não diferenças. 

Mas, como disse, venho perdendo a paciência e a esperança num futuro diferente. 

A humanidade é o que é. 


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