Ouço Vinícius.
Me traz o Rio de Janeiro. O Rio que foi.
A maresia e a luz do entardecer.
“Ah, eu sei que vou te amar…”
Traz gente que não está mais
e antigos sonhos de juventude.
Rio, não reconheço mais a sua cara,
as suas marcas,
nem seus meninos flutuantes
no ar ou na água, nos ventos sudoeste ou de terral.
Eles se foram na névoa da memória.
Ainda evoco os sons da floresta da Tijuca,
a serra urbana, a selva no quintal.
Abrir a janela, abrir o peito, abrir as asas
e derreter de paixão.
O perfume luxuriante da pele, de parafina, de côco,
de açúcar, baunilha e flor de sal
entrando sem bater.
Horizontes largos que bebíamos em grandes goles.
Cores vivas.
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