quarta-feira, 22 de março de 2023

Pindaíba

 Pindaíba é um lugar pitoresco. Muita gente está lá. Há quem goste e frequente mais amiúde, há quem prefira o mar. 

Nem aprazível, nem bela, Pindaíba, no entanto, nos remete a um certo romanticismo, nascido abortado de um estoicismo quase sacro. Serve a edulcorar os seus ângulos agudos e mal iluminados, onde olhar o céu é grátis. 

Quando perdemos a estribeira, geralmente acabamos na Pindaíba. Quando perdemos o prumo e passamos os limites para além de onde Judas perdeu as meias, invariavelmente está a Pindaíba logo ali. É o paraíso dos insanos, dos adictos, dos exagerados. 

Lá tem terremoto, enchente, desmoronamento, epidemia e praga  de todo gênero, e apesar de tudo, Pindaíba está lá. Intacta. Plena. 

Ah, Pindaíba, não é como Pasárgada. Lá não tem rei. Nem adianta ter olho, ou barriga. Lá é pura democracia. 

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