Pindaíba é um lugar pitoresco. Muita gente está lá. Há quem goste e frequente mais amiúde, há quem prefira o mar.
Nem aprazível, nem bela, Pindaíba, no entanto, nos remete a um certo romanticismo, nascido abortado de um estoicismo quase sacro. Serve a edulcorar os seus ângulos agudos e mal iluminados, onde olhar o céu é grátis.
Quando perdemos a estribeira, geralmente acabamos na Pindaíba. Quando perdemos o prumo e passamos os limites para além de onde Judas perdeu as meias, invariavelmente está a Pindaíba logo ali. É o paraíso dos insanos, dos adictos, dos exagerados.
Lá tem terremoto, enchente, desmoronamento, epidemia e praga de todo gênero, e apesar de tudo, Pindaíba está lá. Intacta. Plena.
Ah, Pindaíba, não é como Pasárgada. Lá não tem rei. Nem adianta ter olho, ou barriga. Lá é pura democracia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário