
Uma vez ouvi que só temos três certezas: nascer, morrer e mudar.
Mudar como a borboleta, que cria asas e cancela o peso de sua existência de lagarta.
Mudar, evoluir, crescer, envelhecer também.
Veio abril. Já está no fim. O tempo vai depressa, corre...
Olho da janela da cozinha e vejo uma luz antiga, uma paisagem antiga.
As mesmas árvores que abrigaram minha infância são as mesmas que abrigam minha filha agora.
Só mais majestosas, mais magnânimas.
Penso nas pessoas importantes para mim, nas coisas que realmente contam. Efêmeras como eu. Frágeis e passageiras como eu. Tão valiosas na sua unicidade.
Talvez, ver o tempo passar nos coloque em um estado de angústia. Especialmente quando não se é só. Talvez seja inerente a sua irremediabilidade. Talvez seja só mais uma ilusão.
Afinal, nem sempre envelhecer é um mal. Pensem nas borboletas e nas árvores.
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