Ouço os passarinhos atrás da janela.
Trocam trinados e soam festivos.
Só eu, na amargura escura do café, encontro meu espelho?
A manhã já vai alta e cinzenta.
A chuva prometida não veio.
Amanhã começa a primavera e a minha alma resta congelada.
Ah, quisera ser a flor da ameixeira!
Rósea promessa, resiliência.
Me sinto frágil como o cristal de neve.
O peso dos anos todos aperta o peito.
O ar, outrora fluido, é duro como o chão.
Sufoco lentamente sem sonhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário