segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Invernal

Ouço os passarinhos atrás da janela.

Trocam trinados e soam festivos. 

Só eu, na amargura escura do café, encontro meu espelho? 

A manhã já vai alta e cinzenta. 

A chuva prometida não veio. 

Amanhã começa a primavera e a minha alma resta congelada.


Ah, quisera ser a flor da ameixeira!

Rósea promessa, resiliência. 

Me sinto frágil como o cristal de neve. 


O peso dos anos todos aperta o peito.

O ar, outrora fluido, é duro como o chão.

Sufoco lentamente sem sonhos. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário