domingo, 20 de junho de 2021

Réquiem

 Refletindo sobre as movimentações políticas tendo em vista as próximas eleições, constato mais uma vez que a esquerda e a direita se equivalem no discurso. Ambas instigam as diferenças, o confronto, o aniquilamento do “inimigo”.  E distorcem o discurso para seus interesses. O fato se dobra como origami e se transforma. Ninguém é “bonzinho” e nem pensa de fato no bem comum. Aliás, “bem” é palavra grande demais para ser considerada. 

Idiotas que somos, nos deixamos levar pela dialética sem realmente nos atentarmos aos vieses do que nos é inflito. 

“Divide e impera”! É assim que funciona. 

E manipulam nossas emoções, nossos desejos e nossos medos da forma mais espúria. 

A cada dia aumenta a “diversidade” e diminui a “comunidade”.  A “humanidade”, aquela que congregaria todos, não causa interesse num mundo fragmentado em egos. Criam-se siglas, grupos, milícias, para definir a identidade do sujeito, cancelando o que nos faz pessoas iguais. Sim, iguais, só pessoas. 

E inflam-se a raiva e as frustrações de cada um para melhor usar-nos. Assim, ingenuamente, caímos na armadilha. 

A realidade escancara aos nossos olhos o quanto de fato valemos. Quinhentos mil mortos e ainda perderemos muita gente. Porque somos só peões manipulados no tabuleiro do poder. 

Nem um, nem outro, nem mais do mesmo.

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